Peru, Ayacucho - Trabalho Voluntário na Casa Hogar Los Gorriones

A força dos sonhos e a esperança no futuro

Quando entrei já era de noite, não tive a percepção do espaço. Vinha ao encontro do Gil, no orfanato que ele e Chantal haviam criado 6 anos atrás.

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Meses antes de partir para a minha saga no Sul da América tinha contactado diversas instituiçoes relativamente a possibilidade de fazer trabalho voluntário, algumas responderam e da Casa Hogar Los Gorriones a resposta tinha sido negativa porque na época em que programava estar no Peru tinham voluntários suficientes. Tudo muda, e nada tem mudado mais do que os meus planos de viagem.

Na resposta negativa do Gil tinha vindo muita positividade com uma descrição apaixonada do projecto que ele e a sua companheira Chantal tinham desenvolvido no Peru - um orfanato onde para alem de crianças abandonadas recebiam crianças com deficiências e paralisias cerebrais. A historia destes dois seres e digna de menção sobretudo pelo exemplo de coragem, determinação e amor, e do que se consegue com estes.

Gil e Chantal são um casal franco-belga que vivia nos Pirenéus franceses numa idílica existência com o seu pequeno filho Aaron, contudo, aquela existência começou a encher-se de vazio pois não era compartida. Inspirados pelos ensinamentos da Madre Teresa de Calcutá decidiram iniciar um projecto em Franca, que devido as barreiras que a borucracia impôs, nunca se concretizou. Índia foi o próximo destino, mas mais uma vez, a borucracia, desta vez, da emigração que não conhece fronteiras ou intençoes, permitia apenas 6 meses de estada ou alternativamente, o pagamento ilegal aos funcionários do departamento de imigracoes, a extençao da estadia. Gil e Chantal não quiseram ser cúmplices desta pratica corrupta e depois do conselho de uma amiga, arrumaram trouxas e foram para o Peru, onde haviam tomado conhecimento do contexto de pobreza e privação que ali se vivia.

Em 2001 sem saber falar espanhol, chegaram a Lima e em Marco de 2002 o sonho concretizou-se finalmente e abrem as portas da Casa Hogar Los Gorriones em Ayacucho. No Peru este tipo de iniciativas não e apoiada pelo governo e cedo os poucos apoios começaram a ser insuficientes Gil e Chantal tiveram que vender a sua casa nos Pirineus para financiar a Casa Hogar. Todas as ancoras que os ligavam a uma existência em conforto foram levantadas, e sabiam que a sua vida estava irrevogavelmente ligada a este projecto e ao Peru.

A Casa Hogar Los Gorriones e um lar humilde mas onde existe muito amor e muita esperança. As crianças que ali são acolhidas entram afectadas por desnutrição severa, traumas, doenças físicas e mentais,e muitos deles não foram aceites noutros orfanatos devido a dificuldade e custos em lidar com estes antecedentes. Algumas crianças da Casa Hogar estão para adopccao, mas muitas delas tem pais, e a filosofia deste orfanato e promover a recuperação do balanço familiar e reeintegraçao da vida em familia. Promove-se também o estudo e o futuro destas crianças, muitas frequentam colégios privados para que as suas hipóteses de vencerem na vida. Os terrenos para uma nova e mais grande Casa Hogar ja existem, pretende-se caolher mais criancas e criar casas para familias que desejem acolher crianças, e tambem desenvolver programas de sensibilizaçao aos jovens para o planeamento familiar, as taxas de gravidezes nao desejadas e em adolescentes e absolutamente chocante e ha que comabater o problema pela raiz.

E serão coisas do destino, mas por alguma razão, fui mantendo contacto com o Gil, informando-o do progresso da minha viagem e dos meus movimentos pela America do Sul, e um dia recebi um email dele a convidar-me a passar uma semana na Casa Hogar para conhecer as crianças e o projecto.

Mais uma vez alterei os planos de viagem, pus a bicicleta num autocarro e segui para Ayacucho com muita vontade de conhecer e participar deste projecto.

Ao chegar aquela cidade andina com 93 000 habitantes metida entre o amplo vale da Serra Central Sul Andina do Peru a 2761 metros de altitude, o sol brilhava e a pacatez da rotina urbana escondiam as cicatrizes do passado que só lentamente se foi revelando a medida que me envolvia mais com os habitantes daquela cidade peruana.

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Ayacucho

Ayacucho é um nome formado pela união de duas palavras quechuas (língua falada pelos indígenas e que provem da herança Inca) - aya, que significa morto ou alma e cuchu, canto, no que se pode ler "Canto dos mortos ou das almas", como alusão as muitas batalhas sangrentas que ali se debateram e dos que ali padeceram como consequência. Foi o próprio Simon Bolivar que decretou o novo nome da cidade, que anteriormente tinha o mais auspicioso nome de San Juan de Huamanga, depois de mais uma batalha, desta vez rumo a independência do dominio espanhol. E quer seja destino de um nome, ou que certos locais estao predestinados a tragédia, Ayacucho foi palco de um sangrento capitulo na historia Peruana em anos recentes, e ao ler estes detalhes no meu guia, não tive a noção do quão estas feridas ainda estão em carne viva na vida dos seres com os quais comparti experiências no pouco tempo que estive nesta cidade.

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Disseram-me para esperar, Gil já viria falar comigo. No meio da escuridão senti um corpo pequeno que se aproximou de mim e me perguntou o nome. Depois saltou para o meu colo e aninhou-se no meus braços, brincando com o meu cabelo. Era Noemi. Como todas as historias das crianças da Casa Hogar Los Gorriones a historia de Noemi e uma historia triste marcada por um evento recente e serio que o colectivo Peruano politico deseja apagar e esquecer responsabilidades -os anos recentes do terrorismo, do Sendero Luminoso um grupo comunista pro-marxista, que afectou gravemente o Peru e sobretudo o distrito de Ayacucho nos anos 80 e 90. Este grupo terrorista pode não ter recebido a atenção mediática que os outros grupos terroristas recebem, mas o numero de mortos e desaparecidos consequência das suas actividades e da politica contra revolucionário do governo foram devastadoras para o Peru e sobretudo para a a região já tão desfavorecida de Ayacucho. Os números falam por si: 69,280 mortos dos quais só 22,507 estão identificados - o que deixa um lamentável saldo de 46,773 peruanos desaparecidos.

Noemi, de olhos grandes, castanhos, cabelo negro, sorriso largo e mãos de carinho e filha de uma mulher que perdeu toda a sua família na vaga das acçoes terroristas levadas a cabo pelo Sendero Luminoso e das não menos nefastas accoes contra terroristas do governo Peruano. A mãe de Noemi vivia com medo nas ruas de Ayacucho, escondida, traumatizada . Aos 15 anos teve Noemi que acabou por abandonar e que foi recebida na Casa Hogar. Noemi tem outras irmãs, uma delas esta noutro orfanato e outra vive com a mae. Gil disse-me depois que tinha também uma ligeira paralisia que lhe dificultava a aprendizagem e o seu carácter era um pouco especial, muitas vezes era rejeitada pelas outras crianças. Mas para mim aquela criança doce com quem passei horas a fazer deveres de casa, a desenhar, a brincar e a contar historias, era apenas um ser inocente, com o futuro em aberto e com um passado que eu esperava fechar-se para que as suas garras não fincassem o futuro.

E naquele fim de tarde escura pude finalmente conhecer o homem que agora admirava. Só que a esperança e a forca das palavras que trocamos por email, escondiam os olhos tristes de um ser que sabia próxima a separação - Chantal, a forca dinamizadora dos sonhos da Casa Hogar, uma segunda mãe para as crianças que ali se encontram e a sua companheira, estava a perder a batalha contra o cancro e não lhe restavam muitos dias de vida!

Inicialmente ficou combinado que o meu voluntariado, previsto para uma semana, consistiria em visitar a Casa diariamente e interagir como desejasse com as crianças. Ficaria alojada na casa dos voluntários, localizada perto da Casa Hogar. Só que a semana transformou-se num mês, e a pedido de Chantal passei a fazer parte dos turnos que fazem os voluntários que permanecem por mais tempo. Nestes turnos auxiliamos as profissionais peruanas que ali trabalham e dedicam longas horas da sua vida (12 horas diárias), pelos grupos em que as crianças estão divididas: Grandes, Pequenos e Lupe (crianças com necessidades especiais devido as suas desvantagens físicas e mentais). Em cada turno ha tarefas especificas correspondentes a cada grupo de criancas com as quais se trabalha, e os voluntarios que ali estao auxiliam na elaboraçao das diferentes tarefas.

E aos poucos, para além do grande afecto que fui desenvolvendo por aqueles meninos e meninas, fui também compreendendo, que no contexto social e económico do Peru, aquelas crianças, apesar do seu passado traumático, tem muito mais do que milhares de outras crianças: tem um tecto, tem acesso a educação, tem 3 refeições por dia e estão rodeados por gente que os quer muito e que lhes dedica parte das suas vidas.

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Acordei com os raios de sol a entrarem pela janela, arrumei as coisas e pus a bicicleta e as trouxas num táxi e subi ate Cármen Alto para iniciar o meu trabalho voluntário. O que a escuridão tinha escondido na noite anterior, o dia de sol e calor revelou como uma bofetada, depois da subida quase vertical que o velho táxi teve dificuldade em subir. A cidade, como ela se revela aos turistas com a Plaza de Armas, 33 igrejas e ruas em pedra reminiscentes da ordem colonial, ficou para traz e avancei para o meu destino por meio de solavancos que ameaçavam desintegrar o carro, provocados pelos buracos lunares das ruas despavimentadas daquele e da maioria dos bairros que existem no Peru. Por aquelas ruas passeavam cabras, ovelhas, crianças, mulheres e homens, o lixo nauseabundo coloria o seco da paisagem e das construções desinteressantes circundantes, vasculhado por algum cão rafeiro ou outro animal esfomeado que por ali passasse. A pobreza e a privação estavam por todo lado, era impossível ignora-las!

Deixei as minhas coisas no chão da casa dos voluntários, estávamos num mesmo quarto e era óbvio que a minha estadia seria completamente desprovida de confortos: para quem viaje em bicicleta acampando onde pode, dormindo nos alojamentos mais básicos existentes, isso não apresentaria problema, e pareceu-me ser importante experienciar a vida como ela realmente e, pelo menos para aquelas pessoas.

Bati a porta e entrei, nas cores do dia pude revelar o espaço que acolhia aquelas crianças e os que ali trabalhavam. Era um espaço humilde onde todo o espaço existente era aproveitado ou como quarto, ou sala de estudos, as refeições eram na sua maioria servidas ao ar livre sempre que o tempo permitia, havia uma sala de jogos e de jantar, a cozinha fazia-me lembrar os tempos antigos com o seu fogao a lenha e o chao de terra batida, havia tambem um parque para as crianças brincarem, galinheiros e coelheiras. Nuns quartos separados viviam Gil, Chantal e o seu filho Aaron. Nao se vivia num ambiente luxuouso, mas o conforto e a atmosfera familiar eram evidentes. Parecia uma casa de uma grande familia.

Foi um pouco difícil no primeiro dia saber o que fazer, havia uma rotina instituída e durante o tempo de aulas e as crianças não tinham muito tempo livre entre os seus deveres e outras tarefas que tinham para desempenhar como lavar o seu uniforme depois da escola.

Entrei no quarto dos Lupe, ou o quarto das crianças especiais, que são sem duvida as crianças mais especiais do mundo e depois de me apresentar as senoritas ( as senhoras que trabalham na Casa Hogar a tempo inteiro) decidi ali ficar e aprender sobre aquelas crianças que devido a sua condição tinham todo o tempo para receberem atenção e carinho.

As Crianças

Eberson, e parcialmente cego embora consiga destingir sombras, tem uma paralisia cerebral que entre outras coisas o impede de caminhar, tem 5 anos. Aos poucos foi aprendendo a reconhecer-me e no final já sabia o meu nome e chamava-me "Iana, Iana - mira la pelota” ou "Iana, beso, beso!". Gostava de o agarrar e leva-lo para a rua para brincarmos com a bola, ou de o deitar a noite na cama onde tínhamos sessões intermináveis de musica e de beijos. Todas estas coisas o Eberson gostava de fazer e o seu sorriso e gargalhadas eram contagiantes, só que nega-las significava um tantrum em que muitas vezes a choradeira estendia-se as cabeçadas que dava no chão para chamar a atenção. A sua historia e triste,e não vale a pena menciona-la, e de abandono e perda, Eberson esta para adopção. E uma criança adorável que aos poucos com as sessões de terapia vai recuperando alguma capacidade de se movimentar. Creio que um dia será musico, tal e a sua paixão pelos sons e pela música.

Sheyla, e uma menina tímida, que expressa os seus desejos numa voz muito baixa de criança insegura. Sofre de uma ligeira paralisia cerebral e física que se manifesta na dificuldade em movimentar-se e falar. A sua mãe engravidou muito jovem e não tendo condições para atender as necessidades da filha, deixou-a a cargo da Casa Hogar, mas visita-a regularmente e pretende voltar a te-la assim que a sua situação financeira melhore. Sheyla e eu éramos amigas, a Sheylla gostava de coisas pequeninas como flores e sementes para guardar nos seu bolsos, e era o nosso segredo, sempre que brincávamos ou líamos livros juntas, Sheylita mostrava-me as coisa pequeninas que trazia guardadas no seu bolso e ali prometíamos que não diríamos nada a ninguém sobre aquelas pequenas coisas que que tinham tanto significado para ela.

Ruth Karina foi uma das três primeiras crianças que chegaram a Casa Hogar, foi encontrada na rua perto de uma lixeira no meio de cães e ratazanas - um cenário que custa a imaginar, mas que no Peru, e certamente em mais partes do mundo, e a realidade daqueles que nascem diferentes, porque para muitos uma paralisia cerebral e uma maldição, e a criança que a tem e amaldiçoada e um cargo para a família. Não se sabe de onde veio, mas as marcas dos maus tratos que tem no corpo, fazem pensar que talvez seja melhor assim, seguramente não era desejada. Hoje e a filha adoptiva de Gil e Chantal, e com a paciência e dedicação dos pais e das senhoritas, muita de luz, amor e carinho entram agora na vida desta menina tão especial.

Nilda e uma menina pequenina de 4 anos. Tem uma seria paralisia cerebral e um grave problema pulmonar, tão grave que os médicos haviam desistido de a tratar por considerarem que não teria muitas chances de sobreviver. A sua saúde e muito delicada e frequentemente tem que se lhe dar oxigénio porque fica com bronquites com muita facilidade. O seu sorriso e as suas traquinices deleitam todos na casa, e a sua forca e determinação para viver são admiráveis.

Fermin e um menino muito especial com 8 anos que parece ter apenas 3. A sua deficiência mental pode muito bem ter sido agravada pelos maus tratos que sofreu as mãos da sua família. Viveu com a mãe nos 6 primeiros anos da sua vida, onde se desconfia que para alem de maus tratos, não tenha sido alimentado e tenha estado fechado. Foi abandonado e descoberto na rua numa noite de frio e chuva extremamente
desnutrido, de tal modo que ao inicio comia as suas próprias fezes. Fermim e uma criança hiperactiva, e com autismo, e os seus comportamentos podem ser agressivos. Mas graças a dedicação de Elodie, uma voluntária francesa que fez o seu estagio na Casa Hogar. O Fermin e hoje uma criança diferente, muito mais interactiva e com comportamentos que se tendem a normalizar. E difícil trabalhar com o Fermin mas recompensante de ver que todo o carinho e esforço dão os seus frutos e que tambem ele, apesar de todos os maus tratos que sofreu, sabe retribuir o carinho e o afecto que recebe.

Fredy, um menino sorridente, ou chorão conforme os seus humores que ficava fascinado quando lhe contava historias de príncipes e princesas. Deyse, a sua irmã também se encontra na Casa Hogar. Depois da morte da sua mãe, o seu pai teve que deixar as crianças na Casa Hogar por impossibilidade de compatibilizar os seus horários de trabalho com a paternidade, visita-os frequentemente assim como a sua avo e são no geral crianças alegres com as quais e fácil interagir.

São 35 crianças ao todo e muitas delas tem realmente historias cruéis no seu já longo passado infantil, os maus tratos, o abandono, o alcoolismo dos pais, a estada na prisão por pais traficantes, a lista e triste e longa, e os detalhes de arrepiar. Mas o importante
e que neste período das suas vidas estejam a construir os alicerces para que um dia possam ter um destino diferente do dos seus pais e possam sobretudo ter o balanço emocional necessário para caminharem com as próprias pernas rumo ao futuro.

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Dia de feira

Saímos todos de mãos dadas rumo a Feira de Carmen Alto. Fez-me lembrar o tempo de escola primaria só que agora estava eu do outro lado, assegurando-me que as crianças não se perdiam, e que nada de mal lhe acontecia no caos da feira.

Abel, um dos rapazes, pisou um monte de coco de cão e todos se riram, eu senti pena dele e disse bem alto para que todos ouvissem
- Olhem que em Portugal e sinal de boa sorte quando se pisa caca!
A voz do Abel ergueu-se sobre a risada geral,
- Ouviram o que a Joana disse? - Todos a pisar caca de cão, e sinal de boa sorte!

Depois de explicar que a coisa tem que acontecer por acaso e evitar piores consequências, já que como se sabe as crianças tem uma perspectiva das coisa que pode escapar a nossa percepção, e boa sorte que desejo a estes seres, sem que necessitem jamais de pisar caminhos sujos e infelizes, creio que estas criancas ja tiveram a sua dose. Desejo que continuem a crescer com amor, que continuem a receber carinho, que encontrem lares e famílias e que sejam homens e mulheres corajosos , para que possam, quem sabe, ajudar a alterar o rumo desorientando do pais onde nasceram, ou que pelo menos que contribuam para quebarar as pecas mecânicas do ciclo vicioso vivenciado pelos seus pais.

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Chantal faleceu alguns dias depois de eu ter deixado Ayacucho. Não esquecerei a intensidade do seu olhar azul mesmo quando a doença lhe tirava toda a energia ou dos abraços demorados que gostava de lhe dar na esperança de passar um pouco de energia e de dar forca ao seu corpo já tão frágil e magro. Poucos dias antes de nos deixar ainda fazia a rota dos voluntários, inspeccionava a roupa que se lavava a mão, e dava vida aquela casa que seguramente esta mais triste agora com a sua ausência. E uma grande perda para todos nos e para aquelas crianças as quais era como uma mãe. Mas o seu trabalho a sua dedicação e esforço vivera para sempre enriquecendo a vida daqueles que tiveram o privilegio de a conhecer! O seu lema era “Sem Amor Nada Sou”, e nestas palavras se encompassa uma simples mas garnde verdade!

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A Casa Hogar Los Gorriones e um projecto que vive graças apenas da bondade alheia, como referi o Governo Peruano não assiste este tipo de iniciativas, as crianças necessitam sempre de material escolar, roupas e de pagar as propinas das escolas que frequentam. Dêem uma vista de olhos no website para saberem um pouco mais desta crianças e também para fazer donaçoes, caso o desejem.

http://www.casahogarlosgorriones.org/

Também estao sempre receptivosa receber voluntarios sobretudo profissionais na area das terapias para ajudar a criar programas para alguns dos meninos que tanto necessitam de atençao especial e dedicada. Contactem o Gil, caso estejam interessados.
gil54fr@yahoo.fr

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E já sabem, o Nuno tem também as suas histórias para contar e as suas fotos, não deixem de visitar o seu site em http://www.ontheroad.eu.com/ e acompanhar a nossa viagem atraves dos seus olhos.

Peru, Ayacucho, 12 de Abril de 2008
Joana Oliveira

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